segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

15 ANOS DE CLAMOR CHEGOU AO FINAL......

1ª Coríntios 2:9 - Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.


Quero contar um pouco como foi minha infância, sobre a dureza de coração de minha mãe, uma mulher que eu sempre considerei desde pequena que se o "diabo" existisse era minha própria mãe.

Tenho orado por minha família a mais de 15 anos, por minha mãe principalmente, pois até meus 11 anos acompanhei seu sofrimento nas mãos do meu pai, um homem que bebia muito, a maltratava, houve uma vez que ele bateu nela até quebrar suas duas pernas, é claro que dentro de mim eu sabia que ela merecia ser tratada assim, afinal ela era infiel, fazia muitas coisas erradas, bebia também, e toda agressividade que recebia do meu pai ela descontava nos 11 filhos que tinha, todos os dias ela colocava nós em fila e espancava cada um, até a caçula de 2 anos (hoje adulta, mas sua mente não cresceu devido aos castigos), era castigo quase todo dia ela teve o cuidado de fazer um tapete para cada filho com tampinhas de garrafa de refrigerante com a boca para cima e ali nós ficávamos de joelhos com a boca cheia de pimenta ardida e os braços erguidos cheio de livros, não tínhamos noção de quanto tempo durava aquele castigo. Lembro de uma certa feita que ela estava grávida de gémeos, abortou e deixou os fetos de molho dentro de um vidro encima de um armário. Eu crescia com ódio de minha mãe por toda violência que sofríamos, mas ao mesmo tempo eu estava sempre tentando proteger ela das violência do meu, uma certa vez (eu estava com 8 anos + ou -) achei uma garrafinha esquisita, tinha uma caveira no rótulo um líquido estranho dentro, pensei comigo isso não deve ser coisa boa, na hora imaginei que era para fazer maldade com minha mãe, peguei joguei dentro de um poço horroroso que existia dentro do terreno de nossa casa, era cheio de água, lodo, sapos, bichos joguei lá, passou uns dois dias meu pai começou a brigar, gritar para saber onde estava a garrafa, disse para minha mãe que era ácido e havia comprado para jogar nela, quando ele partiu para cima dela, eu coloquei-me entre os dois e falei: "fui eu que peguei, o senhor quer de volta? se joga naquele poço e vai buscar", lembro que ele levantou a mão para me bater, (meu pai nunca tocou com um dedo em nenhum de seus filhos), eu fixei bem os olhos nele, ele baixou a mão e saiu. Pelas madrugadas ele forçava minha mãe a ter relação sexual com ele, todas as noites eu ouvia minha mãe chorando, uma vez quando ouvi ela dizer não me mata eu bati com força na parede que era de madeira, (eramos muito pobres nossa casa de madeira tinha dois cômodos), ao ouvir a batida na parede ele deixou cair a tesoura de cortar jardim no chão e começou a perguntar quem estava batendo, eu fiquei muda, mas salvei a vida de minha mãe mais uma vez.

Estou contando tudo isso para que você possa entender a vida de dor, de sofrimento que minha mãe viveu por muitos anos e em consequência disso nós também sofremos, quando completei 11 anos minha mãe mandou meu pai embora, jogou suas roupas no quintal graças a Deus ele partiu, eu não morava em casa, minha mãe sempre arrumava uma casa para eu trabalhar como doméstica, foi assim desde meus 7 anos de idade, mas eu ia sempre visitar ela e meus irmãos, pensei agora minha mãe vai ter paz, alegria, descanso das surras, puro engano a cada més minha mãe colocava um homem diferente para dentro de casa um pior que o outro, mas ela não conseguia ficar sem homem, eu não concordava com isso portanto com 13 anos falei para minha mãe que não aceitaria mais aquilo, ela tinha o direito de ser feliz mas não daquela maneira colocar homens nojentos dentro de casa com 4 filhas mulheres, que estavam sendo abusadas por seus maridos, ela respondeu que não estragaria sua felicidade por minha causa, então rompemos relações, por 17 anos. Após esses anos todos procurei minha mãe, reatamos laço familiar, eu já estava a 8 anos na Igreja e orando por este proposito. Mas me decepcionei ao ver que eu havia crescido, amadurecido mas minha mãe continuava com a mesma vida, bebendo, trocando de marido, havia colocado todas filhas e filhos para fora de casa, continuava com o coração ruim,tirava sarro de mim por eu ser crente, proferiu uma vez que preferia que eu fosse prostituta do que crente..., enfim decidi amar minha mãe a distância ela no Uruguai e eu em São Paulo, mas escrevia para ela, mandava noticias, tem sido assim nos últimos 15 anos.

O versículo acima retrata que não conhecemos os mistérios do Senhor, nesses últimos 15 anos de oração por minha mãe, por salvação, libertação, por mudança do coração de pedra por um de carne, sempre oro assim: Pai, não permita que minha mãe parta deste mundo sem salvação, afinal ela já sofreu a vida toda e eu não quero que ela passe a eternidade em sofrimento também"... Hoje minha mãe está com 71 anos, sexta feira 30/12/2011, liguei para minha mãe, qual foi a alegria em meu coração por saber que Jesus fez uma obra em seu coração, ela estava exultante de alegria, queria falar tudo ao mesmo tempo, contar que todos os filhos após anos de distância todos de alguma forma haviam conseguido o número do seu celular e haviam ligado para ela no Natal, que Deus estava restaurando nossa família, por um momento eu não sabia se ria, se chorava Deus estava respondendo meu clamor de 15 anos, minha mãe uma mulher conhecida por sua ruindade, prostrou-se na presença do Senhor, pela primeira vez na vida minha mãe chamou-me de filha, foi por telefone mas valeu a pena.

Perseverança na oração, foi isto que quebrou as cadeias do inimigo no coração de minha mãe. Deus escreveu uma nova historia para a família Maciel, além de minha mãe 2 tias minhas também se renderam ao Senhor, uma delas era alcoólatra desde adolescente, dois primos também se converteram.

2012, ANO DE NOVAS CONQUISTAS, o que o olho não viu, ouvido não ouviu..... são estas maravilhas que Deus preparou para aquele que O conhece, O adora e é infiel a Ele.

Deus tem bençãos para nós!!!

Rodiyéria Maciel Sotéro

Nenhum comentário: